Querida Guitarra
terça-feira, maio 31, 2005
 
 
segunda-feira, maio 30, 2005
  Se eu tivesse um conjunto pimba
Chamar-se-ia qualquer coisa do tipo Cães da Pradaria ou Pau de Canela ou Cabidela Saborosa ou assim. Não sei. Estou com falta de imaginação para um bom nome. Talvez Esperança na Voz caísse bem. Depois haveria: um baterista, um guitarrista ritmo, um baixista, um teclista de bigode, camisa aos folhos, chamado Armando, a vocalista era a Vânia Alexandra com um dos incisivos de cima meio ratado pelas cáries e a faltar-lhe um molar de cada lado, vitimados que haveriam de ter sido pela mesma praga, e a usar dois fiozinhos de ouro a saltitar de um amplo decote que denunciaria uns peitoriais volumosos, porém pouco firmes, com ar deslavado de uma pele sem nobreza, porventura uns mamilos diminutos e mal rosados na ponta dos seios gordorosos... Já estou a divagar. A Vânia Alexandra havia de usar vários anéis de pechisbeque em cada dedo de cada mão e, para estar na moda, um piercing no sobrolho e uma tatuagem de um golfinho tísico na omoplata direita. Como não havia de gostar do nome, Vânia Alexandra apresentar-se-ia artisticamente chamada Jenny Tatiana. O toque estrangeiro dá sempre um ar de sofisticação à coisa, juntamente com os calçõezinhos de lycra, as meias de renda larga e as botas a meia canela. Seria assim mesmo: Jenny Tatiana e os Esperança na Voz. Tocaríamos em bailes da pinhata e tudo o que fosse festividade veranejante, de Portimão a Chaves, sempre pelo interior, com as escarpas das serranias incluídas. Uma Toyota Hiace, arrumava-se a bateria, comprava-se uma geleira, metia-se os intrumentos lá para dentro, encafuava-se o Armando e respectivo bigode dentro do bombo. O teclado ia no tejadilho. Conduzia o baixista. Nos descansos deste, assumia o baterista. Eu tratava da Jenny Tatiana e respectivo decote, no banco de trás, entre o baixo e os pratos de choque. Em tempos de fome não se desdenha o que vem em fartura. Às refeições, alinhávamos o set. Que iria assim:

"Jenny Tatiana e os Esperança na Voz - AO VIVO!!! nas festas da Nossa Senhora do Desespero da Beira-Baixa, no Fundão, 4,5,6,7,8 e 9 de Agosto, com o patrocínio do Talho do Mário, Café Central, Café do Chico e restaurante O Come Bem:

-Leva-me contigo, amor
-Quero ir à feira de Carcavelos comprar um casaco de peles como um que eu vi num filme
-Esse perfume não cheira igual ao meu, andas-me a enganar Tozé
-Vem comigo, amor
-A minha primeira vez foi tão bonita mas engravidei, malvada de sorte a minha
-Adeus mãe, vou pr'apanha do tomate, p'rós arredores de Badajoz
-O anel que me deste fica-me largo, andas a pensar na outra
-Fomos num Fiat Uno ver o mar à Caparica
-Foste de férias a Bragança e regressaste diferente
-Ó, meu Deus, como eu amo o Tozé e ele deixou-me p'ra ir viver com a outra, que cheirava bem
-Se eu tivesse filhos, chamavam-se todos Fábio
-A traição dói muito, amor"

Para o encore ficavam os três singles do álbum da Discossete intitulado "O mar azul, da côr do céu - o amor é uma labareda ardente":

-É este ano que vamos ao Gerês, amor?
-Meu coração só tem teu nome lá dentro: ORH - Orlando Ronaldo Hermínio
(que no refrão ia assim "Orlando, Orlando / meu amor chama-se Orlando / mas também lhe chamo Ronie, diminutivo de Ronaldo / e ele gosta de vez em quando")
-Sábado à noite fomos ao baile da Virgem do Adeus e estava lá a outra, a que cheira bem

Aaahhhhh... Não sei se não gostava de ter um conjunto pimba e uma Toyota Hiace.
 
terça-feira, maio 24, 2005
  Melhor diálogo do fim-de-semana
O meu manager anda-me a atazanar o juízo: agora diz que eu ando na balda... deve ser do Sporting.

(Ele, entrando-me no quarto sem sequer bater à porta)
-Ó Guitarrista, pá... isto assim não pode continuar...
(Eu, deitado, todo vestido, a ser acordado de rompante e com violência)
-Scchhhhhhhh... fala baixinho, pá....
-... não pode continuar! Tu já viste que não fazes um post decente há mais de uma semana?
-Epá, ó mister... estamos em festa, man...
-Mas... mas... mas em festa porquê?
-Sccchhhh... a sério, man, 'tou com uma dor de cabeça...
-... mas qual festa? Mas qual festa, pôrra?!
-... ui, gritar é que não vale... é o Benfica, pá, o meu benfas, o todo-poderoso-ó-glorioso SLB SLB SLB... "festa é festa" como cantavam os O-Zone...
-Quem?
-Aqueles da Roménia com ar de feirante pós-modernaço...
-Ah... pois. Ouve lá, Guitas, tu tens que te endireitar, pá.
-Mas qual endireitar, bacano!... Então eu para ir à casa-de-banho quase que tenho que chamar o INEM, chavalo... Isto a minha cabeça está assim a modos que... parece o balneário do Sporting ehehehehehehehehehe .... ai a minha cabeça .... eheheheheheheh... SLB SLB SLB...
-E se parasses com essa palermice e escrevesses qualquer coisa de jeito? Hein?
-Ó palhaço, eu vou explicar só mais uma vez: o Benfica ganhou! Do you follow? Ganhou, meu ganda chouriço. GANHOU! GÁ-NH-OU! Agora é tipo os ciganos, cinco dias de festa.
-... (aceno coma cabeça, morder os lábios... provavelmente pensando no seu Sportém, com uma expressão de desalento imensa)
-Tens guronsan's?...
 
segunda-feira, maio 23, 2005
  O últmio diálogo do fim-de-semana
-Guitarrista... slap slap slap... Guitas, pá... slap slap slap... Guitarrista, diz qualquer coisa... slap slap slap...

-Hã?!... blurgh... ézél...bê... ézélbê... ézélbê-ézélbê-ézélbê... blurgh... glorios-zo! ézélbê-ê... glorios-zo é-zél-bê...

-'Tá vivo, 'tá. O que é que 'tá é em muito mau estado...
 
quarta-feira, maio 18, 2005
  Carta às fãs
Queridas miúdas:


tenho uma cena importante para vos dizer. Bom, eu não queria falar muito nisto. Não gosto de expor a minha vida privada por causa dos paparazi e isso. E depois perguntam-me sempre sobre o sexo, o que é que eu gosto, essas coisas tipo "ó Guitarrista, mas tu preferes assim ou...?" e eu acanho-me. Eu sou um bocado tímido. Tenho sentimentos. Gosto do resguardo do lar, de fazer amor à luz das velas, junto à lareira, de vez em quando usar um pedacinho de carvão em brasa sobre a barriguinha da Cíntia para dar mais feeling à cena, dizer coisas carinhosas ao ouvido, tipo "amo-te, baby" e assim... Ups, pronto, olha... agora já disse. Pois é, já não sou um homem descomprometido, adivinharam. A Cíntia surgiu na minha vida como uma pomba branca de seios fartos e silhueta bem trabalhada que me veio iluminar.

Eu não vos queria magoar. A sério que não. Por isso, escusam de me mandar e-mails com tinta esborratada pelas vossas lágrimas a dizer "Guitarrista, és um porco indecente, os homens são todos iguais, só nos querem usar para o sexo e depois largam-nos aí numa valeta qualquer, ali em Alfama, naquelas escadinhas que vão dar a Santo Estêvão e depois vão ter com os amigos e continuam a beber copos e a ouvir um som novo e a abanar a cabeça". Eu não sou um porco. Os artistas não são porcos.

A verdade é que, mesmo comprometido, eu não vos quero perder. Gosto muito de vocês. Também gosto da Cíntia. Mas vocês estão sempre no meu coração.

Beijos carinhosos,

Guitarrista Famoso.
 
segunda-feira, maio 16, 2005
  Nota triste da redacção
Nunca fui seguidor convicto do que escrevia, até porque as divergências eram mais que muitas. Aliás, cheguei a dedicar-lhe um post de "crítica ao crítico" há uns tempos atrás. Mas, e apesar das divergências e da sua escrita repleta de ácido, mau feitio e temperamento, não deixava de ser um crítico válido, acutilante e mesmo diferente - por oposição à mediania bajuladora e/ou desinformada que ocupa boa parte dos lugares de destaque na crítica musical portuguesa.

O jornalismo musical português perdeu, este fim-de-semana, um dos seus mais irrequietos, sabedores, líricos e anti-neutrais elementos. Eu conhecia-o pessoalmente, lidei com ele quase diariamente ao longo de sete anos. Fernando Magalhães (1955-2005) morreu.

Isto não é uma homenagem. É mesmo uma nota triste, uma informação simplificada, nem comovida nem lacónica. Estou profundamente desinspirado para conseguir escrever uma ou outra coisa.
 
quarta-feira, maio 11, 2005
  Phone Call from L.A.
Eram três e tal da manhã, toca o telefone "hello, Guitarist, my good friend, how are you?" era o James Cameron. "Então, cámon, tá-se?" digo-lhe eu. E ele "I'm sorry, I shouldn't be callin' you at this time, you must be finnishing your dinner, huh?" e eu "deixa lá, camarão-men, já estava mesmo a acabar... nhoc nhoc nhoc... foi a última... glup... garfada, vês?". E vou saltar um pedaço da conversa - falámos de trabalho, de relações humanas, do Benfica, da fome em África, de música, da nova Sagres Bohemia, de cinema... Enfim, toda a actualidade mundial foi debatida e revisitada, por assim dizer.

O que o Cameron queria era uma coisa muito simples: "Guitarist, mámên, make a soundtrack for my next movie, please. Pretty please. I beg you. I beg you a lot." E eu disse que sim, que está bem. Mandou-me a sinopse por e-mail e comecei logo a trabalhar no assunto

"The Ultimate Enraged Reaction to a Tsunamic Situation"
(O Perigo à Espreita nas Águas, na versão portuguesa)

starring: Vin Diesel, Jaime Pressly, Russel Crowe and Mena Suvari

special guest-star: Jennifer Garner

featuring: Guitarist Famous (as lonely guitar-player)

music by: Guitarist Famous

written and directed by: James Cameron

sinopse (versão traduzida):

Annette (Jaime Pressly) e Miriam (Mena Suvari) são um casal moderno e com muito bom aspecto, a passar férias nas margens da barragem do Alqueva. Um dia, a caminho de uma discoteca nos arredores de Mértola, encontram Bridget (Jennifer Garner) à beira da estrada, a fazer um pique-nique ao luar. Páram o carro e decidem raptá-la. Há uma luta, muita violência, trajes menores, etc. No fim, Bridget, que tem mais práitca nas artes marciais, leva a melhor sobre o casal, mata Miriam e decide forçar Annette a uma relação sexual escaldante e digna de se ver. Annette não consegue evitar sentir-se atraída por Bridget e acabam a rebolar nas marges do Alqueva, outra vez. Ao fim da noite, vazam os olhos de Miriam e atiram o seu cadáver para a barragem.




(Mena Suvari, antes de perder os olhos)

Aqui é que a história dá a volta. Dentro de água, Miriam, que afinal não está mesmo mesmo mesmo morta, conhece Chuck (um Vin Diesel ao seu melhor nível), um gay perdidamente apaixonado por uma carpa mutante cheia de charme (Russel Crowe com barbatanas). Chuck vê que Miriam é cega e decide ajudá-la a obter a vingança. Fala também com a carpa mutante que, apesar de ser heterossexual, se dispõe a ajudá-los, resistindo ao flirt intenso da personagem de Vin Diesel - no fundo, a carpa mutante deseja fervorosamente o corpo de Mena Suvari, com ou sem olhos. Quem é que o pode censurar?...



(Jaime Pressly mal sabe o que a espera)

Vai daí, convocam um verdadeiro cardume decidido a provocar um cataclismo nas terras circundantes da lagoa artificail, por via da agitação das águas e subsequentes tsunamis consecutivos. O mais impressionante é a forma como Vin Disel e Mena Suvari aguentam 87 dos 98 minutos do filme debaixo de água, contando que, ao contrário de Russel Crowe, não têm guelras.

Acontece que Jennifer Garner não é mulher de se ficar e, ao ver as ondas agigantando-se, faz valer os seus dotes físicos e a sua sobrenatural elasticidade: uma força da natureza leva a melhor sobre uma natureza cheia de força.



(Jennifer Garner mostra os seus dotes)

No fim, Jaime Pressly vai a caminho de uma discoteca nos arredores de Mértola e vê um guitarrista a fazer um pique-nique ao luar e a tocar guitarra. Vai ter com ele e reorienta a sua sexualidade, apaixonam-se e fazem sexo, mesmo ali. Depois do acto e respectivos cigarros, ele toca o genérico e começam a aparecer as letras. FIM

Eu gostei do enredo. Especialmente porque o final é em aberto.

A forma como concebi a banda-sonora é minimalista, contrastando com o habitual aparato de efeitos especiais, mortes, catástrofes, sangue, vidros partidos e barulho dos filmes do Cameron. Sempre em guitarra acústica e com malhas simples, muito concretas, diria quase teimosas.



(Russel Crowe tem mais um desempenho notável)

A música que abre o filme, "Lua de Mel no Alentejo", é muito bonita, calma e promete romance e paixão:

"nós as duas com tão bom aspecto
agarradinhas aos beijos e aos apalpões,
e os portugueses, que até são giros,
com aquele ar de poderosos machões

só a galar a gente e não percebem
que gostamos mais de uma coisa feminina
não queremos homens, apenas o amor
que pode dar qualquer moderna garina"

Na parte em que Garner e Pressly se rebolam junto à água e depois vazam os olhos de Suvari, decidi interpretar um tema cheio de emoção e alguma maldade - e até uma pontinha de picante:

"toma, só para veres o que é bom,
toma, mas agora já não vês nada,
ah ah ah - ah ah ah ah!
ao menos já não morres afogada

eu gosto mais dela, que é mais cavalona,
tem mais andamento e faz a esparregata
com seu ar fatal de mulher machona
ela me bate e o meu corpo se arrebata"

Já nos momentos de flirt entre Vin Diesel e Russel Crowe, tentei tocar uma coisa assim mais leve e descontraída. A letra é muito simples e diz qualquer coisa do género "ai ai ai, se eu fosse uma salmoa as maldades que eu te fazia". Há uma parte mais instrumental quando a acção é mais intensa e há mais estragos - as ondas, os carros a serem arrastados, as vaquinhas a boiar, as esplanadas e os campos de golfe alagados e os alemães em fuga de regresso ao Algarve, etc.

No final, para o genérico, encerro com uma balada bem ao meu jeito:

"és tão tão tão tão gira
como é que isso é possível
que tu sejas tão gira
e com uma beleza assim tão visível?

E agora estás aqui
nos meus braços embrulhada
depois de passares o filme inteiro
com a outra desavergonhada

vocês as miúdas modernas
no fundo querem é carinho
fazemos amor outra vez?
Prometo que entro devagarinho."

Vai ser um êxito de bilheteira!
 
terça-feira, maio 10, 2005
  Os dias terríveis
Uma estrela não é estrela 24 horas por dia durante os 365 dias do ano - acrescente-se mais um nos anos bissextos. O artista, mesmo enquanto estrela, vive numa plataforma instável, rodeado de insucesso por todos os lados. É uma espécie de ilha da sobrevivência. Ou, durante os dias terríveis, uma jangada descendo o Rio Bravo. Em certas alturas, este pedaço de universo que nos suporta é uma espécie de Ibiza, sempre em movimento, cheio de gente bonita, a latejar de vida, à parte das realidades e preocupações mundanas. Mas, durante os dias terríveis, não passa de uma piroga de solidão pronta a voltar-se e a deixar-nos cair na torrente à mercê da revolta das águas do insucesso. A crítica, que durante os tempos ibízicos nos soa indiferente, passa a ganhar peso na nossa auto-estima; os seguidores, que sempre pareceram próximos e que dantes bebiam e sorriam ao sabor dos sons que produzíamos, descobrem novas ilhas de entrenimento garantido e fácil, ganham outros rumos; os seguidores verdadeiros e fiéis temem por nós, mas tudo o que podem fazer é lançar-nos um colete de salvação num sorriso, numa palmada nas costas, numa cerveja ao fim do dia; os músicos que connosco cresceram voltam as costas, dizem que querem mais, que assim não dá, que querem habitar um continente de esplendor e luxo. Já cantavam os sumidos Brain Dead "when you smile the world smiles with you / but when you cry, you cry alone". É durante esses dias terríveis que me obrigo a pegar na guitarra e a remar, tentando flutuar sobre as águas definitivas, forçando os dedos na busca de uma corrente bondosa. Exercito a sobrevivência sem forçar o regresso ao sucesso. Não se trata de uma escalada; é antes necessário recorrer às artimanhas da navegação. Não se pode perder a cabeça. Há que manter a calma: uma remada de cada vez, bem medida. Traça-se o objectivo - não, não procuro terra firme, isso é aportar, é desistir. Eu vou com as águas. Prefiro um afogamento doloroso mas digno a uma fuga para porto seguro, onde só poderei enxugar o corpo, sabendo que, depois de enxuto, este não mais voltará a dispôr-se à vontade dos vigores das águas. Nunca está tudo perdido.
 
segunda-feira, maio 09, 2005
  O reflexo condicionado - confissão
Não percebo muito dessa cena da psicologia e isso. Mas, como parece que é do conhecimento geral, o ISPA é sobejamente bem frequentado por miúdas - será uma espécie de pré-requisito? Disto resulta que um gajo vai, ao longo dos tempos, acumulando umas ex's que em alturas de exames precisaram de ajuda e daí acontece que se amealha alguma sabedoria sobre o assunto. Tipo, se há coisa que eu hoje sei é essa história do Pavlov e do cão.

O meu caso, que aqui exponho, não é bem igual. Não sou propriamente um canídeo babão, à espera que a campainha toque. Eu é numa onda mais sofisticada.

Desde tempos ancestrais que fui habituado a dar à cabeça, tipo gajo desorientado e nervoso mas com energia, de cada vez que passava um som curtido e com feeling. Eram os concertos, os gigs underground, as festas de garagem, as discos de bom som, as noitadas com os phones nas orelhas: se o som era adequado, abanava-se a cabeça. Com o crescimento, surgiu o pudor e depurou-se-me a educação e o saber estar. Se vou num centro comercial e passa um som que me agrada, bato o pezinho discretamente, canalizando assim a energia para um batuque menos ousado, mas igualmente sentido e inspirado pela música.

Agora, o pior é o Smells Like Teen Spirit, dos Nirvana. Isto, dantes só se ouvia em casa ou em private-parties ou concertos de covers ou quando o Cobain estava vivo e dava concertos. Ou seja, nunca eduquei o meu reflexo condicionado à audição desse som. Tal nunca apresentou gravidade ao longo de todos estes anos de agitação craniana em frente às colunas do hi-fi ou com uma imperial na mão num barzinho aconselhável ou assim.




(só de ler o acima transcrito agito-me logo todo)

Porém, há sempre um dia em que a porca torce o rabo. Ontem, a porca torceu o rabo. Ia no elevador com um manager da Sony e mais uns hot-shots da companhia, tudo gente bem apresentada e diplomada, e começa a passar no elevador tururu-ru taaaa-rara-rararuru-rariiiiirere e eu começo a dar assim à cabeça. Eles olharam para mim com um ar esquisito. Principalmente na parte do hello hello hello how low quando eu fiz backing vocals.
 
quinta-feira, maio 05, 2005
  Piada musical
 
segunda-feira, maio 02, 2005
  Músicos freak


Pen-li Xung faz um esforço por se adaptar à realidade das tascas de Alfama, agora que abriu o seu pequeno bazar, no Largo da Graça. O seu fado favorito é A Igreja de Santo Estêvão. Pen-li Xung dá à unha e bebe copos-três enquanto a sua mulher, Hujin Pong Tao, está em casa a coser meias o que, perante a conjuntura económica do nosso pequeno sistema de comércio, constitui uma grave forma de concorrência desleal às empresas de indústria têxtil do vale do Ave e arredores. Assim se vê como as tascas e a boémia lisboeta prejudicam a harmonia do lar e podem até abrir fissuras irreparáveis na economia nacional. Abaixo o fado! Abaixo as guitarradas! Pen-li Xung, vai lá tocar guitarra para as tascas de Xangai!
 
A música vista por dentro. A vida tocada em guitarradas ruidosas. Cuidado com o feedback.

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Querida Guitarra

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