Not a Boy Scout
Não gosto de escuteiros. Mas houve uma altura em que me preocupei com eles. Não necessariamente preocupando-me com a entidade "eles" (escuteiros) propriamente dita. Mas prestei-lhes atenção, tirei-lhes o perfil, analisei-lhes a postura. Confirmei a minha impressão inicial e hoje afirmo ainda mais peremprtório: não gosto de escuteiros. Os lenços e os pauzinhos ainda escapam... estava a brincar. Agora, os chapéus e as meias de berloque são de uma dimensão trágica praticamente insuperável. Mas nem tudo é mau nos escuteiros: (des)inspiraram-me e eu escrevi uma canção -
"Not a Boy Scout". É uma coisa muito rock, com cheirinho
garage-punk e tempero
new age. O refrão leva dois acordes (Lá maior/ré maior), com uma saída para uma bridge em Mi maior, esticadinho esticadinho, até à beira do infinito. Se a parte do "baby" for gritada com sentimento, uma coisa
"cobainiana", digamos assim, deixa de ser uma canção e passa a ser um hino. Entra com bateria bem marcada, compasso quaternário simples, formato típico, com o baixo a vincar as marcações do ritmo num esquema quadrado. Não é muito imaginativo, mas resulta e, além disso, é sobre amor e escuteiros... E o vocalista entra assim, com voz mansinha mas pronta para a revolução:
"I don't wanna be your boy scout
I like capuccino and play frisbie
I hate your dog and your blue socks
even when you come all naked to me
(refrão)
I'm not your boy scout
no
I'm half here
and half to go
I'm not your boy scout
baby
I smoke cigarrettes
and other stuff
but it never gets even close
to become the enough
(refrão)
(solo em dó menor - usem a cromática e divirtam-se)
You're a bad girl on a skirt
I am cool and play guitar
there's no boobs under your shirt
I'm gonna be a rock star
(refrão)"
Esta brincadeira, de composição simples, completamente despretensiosa, esteve para ser o nosso single. Porém
"A Black Blanket Under September Red Sky" (era para ser o título do álbum) nunca chegou a ver a luz do dia. Nem da noite. É o que se chama um álbum apagado...