Querida Guitarra
sexta-feira, março 31, 2006
  Outra música
Antes de mais, aqui vai a piada musical mais genial da semana (que, curiosamente, não é minha...):

acerca do repatriamento dos emigrantes portugueses no Candá, escreve o Inimigo Público que "Portugal retalia e devolve CDs de Celine Dion". Se não aconteceu, podia ter acontecido. Neste caso, DEVIA ter acontecido.

Nota também para dois novos companheiros de música da boa: Batongoville e o Vigilante. Novidades com o selo de garantia Querida Guitarra, evidentemente. E a preço verde. Aproveitem já, que as promoções acabam depressa.
 
terça-feira, março 28, 2006
  Só para chatear
Inaugura-se uma nova rubrica aqui na Querida Guitarra. Serve apenas para sublinhar certos detalhes que, muitas vezes, passam ao lado de um ouvinte banal e distraído mas que um verdadeiro músico de envergadura, de orelhinha atenta, não deixa escapar.

Já compararam o instrumental do refrão do Enough Space (The Colour & The Shape), dos Foo Fighters, com o instrumental do refrão do Radio Friendly Unit Shifter (In Utero), dos Nirvana? Não estou aqui a acusar ninguém de nada. O Dave Grohl se calhar nem conhece bem o som de Nirvana...
 
segunda-feira, março 27, 2006
  Direito de Resposta
Comentário de um leitor indignado, ali em baixo, no post que iniciou a série dedicada ao Festival RTP da Canção. Estava escondido mas eu apanhei-o:

"Anonymous said...
Quando as pessoas não têem argumentos, recorrem aos insultos.

Nunca vi uma coisa de tão baixo nivel
"

Gostaria de responder publicamente ao sr. Anonymous.

Caro sr. Anonymous,
pois fique sabendo - e eles, que estão ali, do lado de lá do monitor, não me deixam mentir - que, se nunca viu uma coisa de tão baixo nível, é porque não é cliente assíduo. Aconselho visitas mais frequentes à Querida Guitarra. De argumentação percebo pouco. Agora, baixaria é comigo mesmo. Quer dizer, é mais guitarraria, mas no baixo tamb... whatever. O trocadilho saiu um bocadinho forçado.

Um abraço do seu ídolo,
Guitarrista Famoso
 
  A Cigarra e a Formiga - remix
Era uma vez uma cigarra que passou um verão inteiro a cantar, nos festivais da Zambujeira e de Paredes de Coura e isso. E também era uma vez uma formiga que, como tinha pais pobres e quase analfabetos e que tirava más notas na escola e que passou o verão inteiro a trabalhar - por sinal, num sítio um bocado xunga, ali no Bairro Alto, que, ainda assim, passava um som razoável. A formiga foi poupando o dinheirinho que ia trazendo das suas noites de trabalho para poder comprar umas coisitas para si e, quem sabe, ir ver uns concertos na rentrée, enquanto a cigarra ia depositando na sua avultada conta bancária cheques com muitos zeros que davam para comprar, cada um deles, uma data coisas e ver os concertos que lhe apetecesse.


Tapete do quarto da cigarra. Pormenor.

Até que numa noite de loucura e grande bebedeira, a formiga comprou uma quantidade algo exagerada de droga. A droga, já se sabe, é cara e vai que é um instante. Fumou e snifou até cair para o lado, ou seja, estoirou tudo o que tinha ganho durante um verão inteiro de trabalho e nem sequer tirou grande proveito disso. A não ser uma ressaca descomunal, com vómitos e tudo.


"'Tás a ver? Isto é um lá..."

Certo dia, lá nesse bar do Bairro Alto, entra a cigarra, toda pomposa e convencida, mesmo naquela à rock star. A formiga admirava muito das músicas da cigarra e gostava de ir ver o concerto da sua banda, que ia ser no Coliseu, a fechar a tournée de Verão. Vai daí, põe-se a pedir um autógrafo à cigarra. E a cigarra, amável e experiente nestas andanças de ser famosa, vai e dá-lho, muito sorridente. A formiga nisto perde a vergonha e diz "ah, ó cigarra, eu curto bué do vosso som e gostava de ir ver o vosso concerto ao coliseu". E a cigarra "ah, pois". E a formiga, ainda mais desinibida "só que eu andei a trabalhar o verão inteiro e"... e a cigarra "ah ah ah, e eu andei a cantar o verão inteiro..." e a formiga "só que gastei o meu dinheirinho todo na droga e agora não tenho como comprar o bilhete... não me podes arranjar uma entrada à pala?". "Não" disse a cigarra. E a formiga "ah, então e agora o que é que eu faço?" e a cigarra "olha, filha, agora canta. No metro ganham-se uns trocos".

Não sei se estão a ver a moral da história.
 
quarta-feira, março 22, 2006
  Festival RTP da Canção - para o ano há mais...
Ninguém dava um tostão furado por elas. O que se aceita - convenhamos que o aglomerado fisico-vocal se chama Non Stop. Mas, caramba, como é que ninguém reparou que tinha quatro ou cinco jeitosinhas que dão três ou quatro notas cantaroladas. Depois existiu uma tentativa de aproximação à imagem e à sonoridade das Doce. E, já se sabe, as Doce são o mito, a lenda, o sonho molhado de muito adolescente da década de 80 - e eu ainda não era adolescente nesse tempo, por isso posso falar à vontade dessas coisas. Por essa altura achava muita piada à Sabrina e à Samantha Fox mas ainda não sabia muito bem por quê. Agora já sei: era por causa do tom de pele. As Non Stop também têm os seus atributos epidérmicos, confesso.


(não encontrei fotos decentes das Non Stop; optei por colocar uma da Fergie - ilustra o post e sempre lha dá uma corzinha)

Mas vamos a resultados: Non Stop (Coisas de Nada) e a pindérica da Vânia Oliveira (Sei Quem Sou - Portugal) lideraram a tabela classificativa, registando um empate técnico a 22 pontos. A vitória foi atribuída às primeiras com um critério no mínimo duvidoso: prevaleceu o voto do júri (12 para as Non Stop; 10 para a reles escanzelada da Vânia) sobre o do público/televoto (12 para a carunchosa da Vânia; 10 para as bem-tratadas Non Stop). Não contesto a vitória do agrupamento carnal sobre a outra carga de ossos mal amanhada. Mas considero que, uma vez dado o poder de voto ao público, este deve sempre prevalecer sobre o parecer do júri em caso de desempate. De outra forma, que sentido faz dar voto à populaça, dar voz ao povinho, deixar que a gentinha diga de sua justiça? Para mim, não faz sentido. E a solução afigura-se-me bem clara: para o ano há júri, único e soberano e mais nada. Não há cá voto para ninguém - não há melhor maneira de conseguir unanimidade do que o recurso à decisão unilateral, como toda a gente sabe.



(a Fergie é que devia ir ao festival da Eurovisão)

Mas, para além desta decisão de contornos duvidosos e aspecto falacioso, existe ainda uma outra situação que me arrepia: a constituição do júri. Vamos lá ver, que a Simone de Oliveira tenha direito à palavra, eu ainda tolero. Bem sei que é mulher, mas, ainda assim, já concorreu e ganhou um Festival RTP da Canção. Pronto, vá lá. Depois há o outro, o Tozé Brito que, a bem da verdade, quase ninguém sabe quem é nem o que fez, mas toda a gente já ouviu falar do senhor, mais que não seja naquela piadinha velhíssima que acompanha a expressão "bonito, bonito" - é o quê? As canções do Tozé Brito. Há quem diga que é outra coisa, que também rima. Mas eu não vou pormenorizar em relação a isso. Já me perdi... Ah, o Tozé, que é júri. Pronto, vá lá também, que parece que é músico. Agora o Filipe La Féria? O João Gobern? A Fátima Lopes?!?!? Tenham dó. O João Gobern é um bom crítico de televisão. A Fátima Lopes é uma boa estilista - e tem um corpinho muito bem conservado para quem vai a caminho da terceira idade. O Filipe La Féria é bom um veado. Agora, qual destes senhores percebe alguma coisa de música? Ok, podem sempre justificar-se com aquela de "ah, mas isto também não é música, é um festival da canção". Pois. Mas, acreditem, dá para fazer canções que sejam música. E - agora vem a apologia que eu não queria fazer -, se levarmos em conta a opinião dos dois jurados que podem, eventualmente e com alguma boa vontade, perceber alguma coisa de música, a vencedora seria essa chungosa da Vânia - levou 12 pontos de cada um deles. Já as jeitosas das Non Stop levaram 10 pontos de um e 8 de outro. Ou seja, a pateta da Vânia é que devia representar Portugal no Eurofestival, na Grécia.



(de quem eu gosto é da Fergie)

Quanto aos restantes, destaque para o último lugar de Madison Lucia que, com o magnífico título A Noite És Tu e Eu, surpreendeu toda a gente e somou a lisonjeira quantia de 5 votos - somados os do público e os do júri. Cuca, que passou despercebida na sondagem da Querida Guitarra, conquistou o 3.º lugar com As Minhas Guitarras e 15 pontos. A grande favorita aqui do sítio, a magnífica Natalie Insoandé, com o famosíssimo tema Durmo Com Pedras na Cama, ficou aquém das expectativas. Ainda assim, terminou em quarto lugar com 12 pontos. Outra grande desilusão foi o penicheiro Beto (que aos 17 anos foi a Torres Vedras) com o seu O Amor é Uma Fonte, letra que arrebatou dezenas e dezenas de corações adolescentes e de donas de casa por esse país fora, especialmente na zona do Baleal e de Santa Cruz - que eu sei, conheço lá pessoal... um abraço para a malta do Cais! E, já agora, para o mulherio do Living Opera! Mas, dizia eu que o Beto se quedou por um penúltimo lugar - ooooohhhhhhhh... - com uns míseros oito pontos (6 deles fruto da votação do público - as tais donas de casa estavam atentas). Bom, mas já estou farto de Festival RTP da Canção. Graças a Deus, foi mal que já passou. Para o ano há mais!

Clicar aqui para ver e ouvir as Non Stop (vai dar à página da RTP; depois têm que clicar na música das meninas) e conferir as classificações.

E aqui fica a letra da canção vencedora - muito bonita, por sinal. Fruto natural da colaboração entre Elvis e José Afonso.

Coisas de Nada

MÚSICA: JOSÉ M. AFONSO/ ELVIS VEIGUINHA
LETRA: JOSÉ M. AFONSO/ELVIS VEIGUINHA


Gonna make you dance
Gonna make you smille
I'll make you stop thinking sad things for a while
And everything waits when you're dancing in style
Não digas nada
Somos livres de ficar
Não estragues a noite
Com coisas de nada
Juntos, tão juntos
Os dois pela noite
Podemos rir e falar
E dançar outra vez
Gonna make you dance
Gonna make you smille
I'll make you stop thinking sad things for a while
And everything waits when you're dancing in style
Deixa as lágrimas
Também tu podes rir
Está tudo aí
Guardado dentro de ti
Dançar na noite
Esquecer o tempo
e ouvir a música
A chamar outra vez
Gonna make you dance
Gonna make you smille
I'll make you stop thinking sad things for a while
And everything waits when you're dancing in style
Não digas nada
Não digas nada
Não estragues a noite
Com coisas de nada
Gonna make you dance
Gonna make you smille
I'll make you stop thinking sad things for a while
And everything waits when you're dancing in style
I'm gonna make you dance
Make it with style
 
segunda-feira, março 20, 2006
  Músicos freak


-Estou bem assim?
-Sim, querida. Faz pose, continua.
-Pareço a Ivete Sangalo?
-Sim, meu amor, vá, concentra-te...
-E assim? E se eu puser o pezinho aqui em cima...
-Olha o passarinho!
-... do estrado? Dá ideia a ideia que é um palco, não dá?
-Dá, dá, bebé... só mais uma, vá...
-Achas que tenho pinta?
-Sim, sim, muita. Agora faz um acorde. Vá, isso mesmo. Isso... meeeeesmo.
-Quero fazer xi-xi.
-Olha para o meu dedo... isso levanta o queixo.
-Ó môr... estou mesmo aflitinha.
-Toca um bocadinho para dar mais movimento à cena.
-Ai, ai... olha, já saiu uma pinguinha. Espera aí...
-Então?
-Então vou ter que pôr a outra perna à frente. Senão vê-se... que vergonha.
 
quinta-feira, março 16, 2006
  Anúncio
Bom... hu-hrum... após um curto período em que, hão-de os deuses saber por quê, julguei que prestar atenção ao futebol e dedicar-lhe alguns minutos deste precioso tempo de antena, aclarei ideias e fiz-me sensato. Dentro em breve, talvez mesmo ainda hoje, voltaremos ao que verdadeiramente interessa, ao sumo da vida, ao fuel oil que nos faz mexer, vibrar e, quando corre bem, ter um prazer desmedido. Bom e, agora reparo, podíamos estar a falar de uma série de coisas... eh eh. Mas não. Refiro-me ao Festival RTP da Canção, mais concretamente aos resultados finais. Para já, fica o aviso: a votação da RTP foi de uma tremenda incompetência. Não acertaram num único resultado da sondagem Querida Guitarra. Um unicozinho! Nada como o tradicional voto na urna. Esse, pelo menos, respeita sempre as sondagens da Universidade Católica. Em dias bons, até segue as coordenadas da TVI!
 
quarta-feira, março 15, 2006
  Hoje, vou adormecer com esta música na cabeça...
(Brigitte Bardot adivinhou)

In the time of chimpanzees I was a monkey
Butane in my veins and I’m out to cut the junkie
With the plastic eyeballs, spray-paint the vegetables
Dog food skulls with the beefcake pantyhose
Kill the headlights and put it in neutral
Stock car flamin’ with a loser and the cruise control
Baby’s in reno with the vitamin d
Got a couple of couches, sleep on the love-seat
Someone came in sayin’ I’m insane to complain
About a shotgun wedding and a stain on my shirt
Don’t believe everything that you breathe
You get a parking violation and a maggot on your sleeve
So shave your face with some mace in the dark
Savin’ all your food stamps and burnin’ down the trailer park

Yo. cut it.

Soy un perdedor
I’m a loser baby, so why don’t you kill me?

(double barrel buckshot)
Soy un perdedor
I’m a loser baby, so why don’t you kill me?

Forces of evil on a bozo nightmare
Ban all the music with a phony gas chamber
’cuz one’s got a weasel and the other’s got a flag
One’s on the pole, shove the other in a bag
With the rerun shows and the cocaine nose-job
The daytime crap of the folksinger slob
He hung himself with a guitar string
A slab of turkey-neck and it’s hangin’ from a pigeon wing
You can’t write if you can’t relate
Trade the cash for the beef for the body for the hate
And my time is a piece of wax fallin’ on a termite
who's chokin’ on the splinters

Soy un perdedor
I’m a loser baby, so why don’t you kill me?
(get crazy with the cheese whiz)
Soy un perdedor
I’m a loser baby, so why don’t you kill me?
(drive-by body-pierce)
(yo bring it on down)
Soooooooyy....

?em llik uoy t'nod yhw os ,ybab resol a m'I rodedrep nu yoS
[You can hear hear it if you reverse it.]

(I’m a driver, I’m a winner; things are gonna change I can feel it)

Soy un perdedor
I’m a loser baby, so why don’t you kill me?
(I can’t believe you)
Soy un perdedor
I’m a loser baby, so why don’t you kill me?
Soy un perdedor
I’m a loser baby, so why don’t you kill me?
(Sprechen Sie Deutsch hier, Baby!)
Soy un perdedor
I’m a loser baby, so why don’t you kill me?
(know what I’m sayin’? )
 
quinta-feira, março 09, 2006
  Acordei com uma música estranha na cabeça...
we are the champions
my friend

tralala tralala

são papoilas saltitantes

tralala tralala

ser benfiquista
é ter na alma
a chama imensa

we are the champions
my friend

tralala tralala
 
quarta-feira, março 08, 2006
  Obituário: Farka Touré


Ali Farka Touré, músico maliano multifacetado e genial - e presidente da Câmara de Niafunké -, em concerto em Lisboa (anfitearto Keil do Amaral, Monsanto), em Julho do ano passado... concerto - gratuito! - a que eu desprevenidamente faltei. Há dias em que o arrependimento se transforma numa coisa pesada que anda dentro do estômago ou no meio da espinha. Ou na memória que, enfim, não guardo dessa noite.
 
terça-feira, março 07, 2006
  Melhor diálogo do fim-de-semana
Não podia vir mais a calhar: ontem à noite fui para os copos para o Bairro Alto e encontrei uma das estrelas do momento da música nacional...

(Eu): Então?
(Natalie Insoandé - NI): Então?...
(Eu): Errr... bom, Natalie... enfim, tu concorres ao festival RTP da canção mas vens da Guiné-Bissau, não é?
(NI): É.

(Pausa. Tenho que pensar um pouco para fazer conversa.)

(Eu): Fónix... deve ser tramado... diz que lá na Guiné que há bué de jacarés, não é?...
(NI): Ui... bota buereré nisso...
(Eu): Iá... o terceiro mundo é um sítio lixado para se viver, não é?
(NI, com ar muito sério): ... é... mas já vivo em Portugal há alguns anos... E, deixa que te diga, também não é propriamente o esplendor da civilização ocidental.
(Eu): Oh... deves viver lá para a Cova da Moura ou assim... isso já se sabe que... quer dizer, só faltam lá os jacarés...
(NI): Olha... ó Guitarrista, tu...
(Eu): O quê? És da Damaia?
(NI): O quê?! Tu... És mesmo parvo. E racista. Só porque sou africana tenho que viver na Cova da Moura? Nem sei porque é que te dei conversa...

(Natalie vai-se embora, em passo acelerado. Eu vou atrás dela.)

(Eu): Ei, miúda, espera aí... ó dama, eh-eh... aguenta aí, pá... eu não sou nada racista... Longe disso, caramba! Eu também gosto dos pretos. Aliás, eu TENHO amigos pretos...
(NI, virando-se para trás de repente, com um ar... aborrecido): Olha, Guitarrista, eu julguei que fôssemos falar sobre música... agora, tu vens com uma conversa destas e eu não tenho que te aturar, ouviste? Não tenho mesmo. Estou farta de palhacinhos como tu.
(Eu): Mas... mas... o que é que eu disse de mal?

(Natalie vira-me as costas e vai-se embora. Humpf... snob... deve achar que só porque aparece na televisão já é mais que os outros.)

(Eu, para toda a gente ouvir): Isso, vira-me as costas... Já és famosa, não é? Snob, é o que tu és. Uma snob! Queria era ver-te a concorrer ao festival da Eurovisão lá da África em vez deste nosso aqui. És muito esperta... Aliás, vocês todos... Só vêm para cá tirar o lugar ao português, não é? O tuga que se lixe. Pois, espertinha...
 
quinta-feira, março 02, 2006
  Ainda o festival da RTP...
Eu sei, eu sei... já está tudo farto do festival RTP da Canção, do Beto, da Madison, da Natalie e da Cuca. É natural, eu também estou. Mas, ao olhar para os dados provisórios da sondagem da Free Poll para o Público, a Querida Guitarra, a RTP e a RDP vejo-me obrigado a falar de mais um intérprete. Depois de Natalie Insoandé, Beto e Madison Lucia, eis que outro concorrente se chega à frente e colhe a simpatia do público, em geral, e das donas de casa que não têm mais que fazer se não andar pela blogosfera, em particular. Falo de quem? Muito bem, adivinharam: do incontornável Bruno Nicolau. Acrescente-se que, após cuidada investigação, se apurou que o título da cantiga do Bruno se chama Um Dia Direi e não Um Dia Durei. É o que dá fiar-me no 24 Horas. Infelizmente, não lhe encontrei biografia, pelo que serei obrigado a inventar-lhe uma. Não seja por isso, a mim o trabalho nunca me assustou. Mas já lá vamos. O que é certo é que a votação está quase a fechar e o Durmo Com Pedras na Cama é, como se esperava, o comandante destacado. Mas ainda faltam 24 horas para fecharem as urnas. Portanto, caros leitores e senhoras donas de casa, aqui fica o apelo: votem nas outras cantigas para isto ter mais emoção. Não há que enganar: a coisa mais emocionante de um festival, aquilo que realmente cativa, não são as melodias, os ritmos nem os trajes menores das intérpretes e bailarinas. São, isso sim, as votações. Vamos então à biografia de Bruno Nicolau. Com a garantia Querida Guitarra.

Não dá para perceber bem, mas, olhando para ele, diria que deve ter uns 27 anos e nasceu no Barreiro ou coisa parecida. Em 1997 esteve para ir para a universidade. Depois desistiu porque "queria ser artista". Parvoíces. Queria era ir p'rá droga, como os artistas fazem. Como não conseguiu ser artista nem andar na droga, decidiu tornar-se cantor. Concorreu ao festival dos pequenos cantores da Figueira da Foz, em 1999, e ficou em 3º lugar. A família festejou muito e, ainda hoje, o diploma que atesta "o Bruno foi o 3º (terceiro) melhor pequeno cantor da Figueira da Foz - o presidente do júri (assinatura ilegível que parece um atacador de sapato desapertado atirado para o fundo cama, assim todo torto)" está pendurado no hall de entrada do T2 na Cova da Piedade que a família entretanto adquiriu ao abrigo de um programa de reinserção social e alojamento económico, vulgo "bairro social", da Câmara de Almada - a avó materna do Bruno é da Trafaria e deu a morada dela para que a família pudesse concorrer à casa. Uma falcatruazita... Já no concurso da Figueira haviam falsificado o BI do Bruno. Mas tudo com categoria. Tanta que ninguém deu pelo sucedido. Temos, portanto, que o caminho para o sucesso deste jovem da margem sul tem sido trilhado por entre fotocopiadoras, repartições públicas, falsas declarações e faltas ao compromisso de honra naqueles cantinhos dos formulários que a gente preenche e diz que "jura sob o compromisso de honra". Eu farto-me de mentir a preencher essas tretas - olha, por exemplo no IRS -, mas não é por falta de honra. É por falta de vista e iletracia, evidentemente. As diopotrias não me deixam em paz e as lacunas na interpretação dos textos não me permitem a compreensão adequada dos mesmos. Mas até agora nunca tive problemas com a justiça, graças a deus. Nem com as finanças - e essas são muito injustas. A culpa é do governo.

TÍTULO: UM DIA DIREI
INTÉRPRETE: BRUNO NICOLAU
MÚSICA: GUSTAVO TEIXEIRA
LETRA: GUSTAVO TEIXEIRA
PRODUTOR: RENATO JÚNIOR




Já não sinto saudades de ti
É o que hoje posso dizer
Quando menos espero
Do nada voltas a aparecer
Tu sabes que eu sei
Tu sabes que eu dei
Só não sabes o que sonho
Juro que um dia (o) direi

Tu sabes que eu sei
Tu sabes que eu dei
Só não sabes o que sonho
Juro que um dia (o) direi

Trocas-me as voltas
É como se pensasses por mim
E tens a certeza
Que para todo o sempre
Não te irei esquecer

Tu sabes que eu sei
Tu sabes que eu dei
Só não sabes o que sonho
Juro que um dia (o) direi

Tu sabes que eu sei
Tu sabes que eu dei
Só não sabes o que sonho
Juro que um dia (o) direi

Hoje de manhã
Tive coragem
Em escrever
O que queria falar
O que queria dizer

Tu sabes que eu sei
Tu sabes que eu dei
Só não sabes o que sonho
Juro que um dia (o) direi

Tu sabes que eu sei
Tu sabes que eu dei
Só não sabes o que sonho
Juro que um dia (o) direi

You know (that) i know
You know i cared
Just don't know my secret dreams
Swear someday i'll take you there
 
quarta-feira, março 01, 2006
  Mais festival da RTP
Para que não digam que só puxo pela Natalie Insoandé, com o Durmo Com Pedras na Cama, aqui fica a minha expressão de simpatia por uma outra composição que muito me agrada. Nota ainda para o seu intérprete, Beto, esse respeitável senhor da música popular portuguesa, oriundo de Peniche - essa terra que enriquece o mundo, com uma impressionante regularidade, com personagens de insuspeitas qualidades e talentos. Pode ler-se na nota biográfica sobre Beto o seguinte:

Beto nasceu em Peniche a 28 de Dezembro de 1967 e começou a cantar com 5 anos. Durante os doze anos que se seguiram fez centenas de actuações e amadureceu a voz que é hoje o seu cartão de visita. Com 17 anos vai para Torres Vedras , de urgência, com uma apendicite, e passa por vários grupos de música moderna portuguesa. Mas não cumprimenta nenhum.


Beto já foi a Torres Vedras e amadureceu.

Em 1992 fundou, provavelmente, a melhor banda de covers da altura, de nome Taniamara, com a qual começou a actuar em Lisboa no Xafarix — espaço frequentado por muitas personahdades ligadas ao meio audiovisual e à música.

(...) Percorreu durante meses, Portugal, presenteando o público com o que melhor sabe fazer: ovos mexidos, cantar, com toda a sua alma e ternura, fazendo do palco a sua segunda casa, a primeira é um T1 no Paúl. (...)

E, agora, o que todos esperavam: a letra da cantiga.


O AMOR É UMA FONTE
Letra: José Jorge Letria
Música: José Marinho
Intérprete: Beto

SE O AMOR É UMA FONTE
QUE NUNCA SE PODE ESGOTAR
VAMOS TODOS LÁ BEBER
P'RA NOS PODERMOS SALVAR

O mundo tem pesadelos
Mas preferia não os ter
Desce de noite aos infernos
E regressa ao amanhecer.

O mundo é casa insegura
Para quem quer ser feliz
Falta-lhe amor e ternura
P'ra dar mais força à raiz.

Brincam crianças-soldado
Com os despojos da guerra
Sem terem mãe, casa ou pátria
Mas tendo saudades da terra.

SE O AMOR É UMA FONTE
QUE NUNCA SE PODE ESGOTAR
VAMOS TODOS LÁ BEBER
P'RA NOS PODERMOS SALVAR

Love is a source
Never running out of it
Love is the way
 
A música vista por dentro. A vida tocada em guitarradas ruidosas. Cuidado com o feedback.

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