Uma forma de fama
O facto de ter iniciado este blog tem dado origem a um burburinho crescente entre os que me são mais próximos. Porém a sensação não é novidade para mim. Estou habituado a este tipo de coisas. A expectativa à minha volta, os olhares famintos pela
next big thing blogueira, tudo isto é uma espécie de reminiscência de tempos idos. Refiro-me à época em que eu e outros três malucos formámos os
Magnetic Sounds of Snails on the Parade. Cada concerto era uma experiência transcendental, a multidão em delírio - chegámos a ter assistências para cima de 60 pessoas, quando tocámos, certo fim de tarde, num descampado nos arrebaldes de Odivelas -, drogas leves a rodar de mão em mão. Houve quem fizesse sexo ao ar livre. Acho que ninguém filmou, mas ainda hoje me lembro perfeitamente da Marisa, uma loirita bem conseguida pela entidade parental. Obviamente que o
Querida Guitarra conta chegar longe, tocando os ouvidos de uma sociedade surda e muda. Torna-se cada vez mais óbvio que formatos como
este ou
este são coisas ultrapassadas. E sei que os meus dias de glória não estão longe. Na verdade, a minha ambição desmedida mas consciente leva-me a crer que serei companheiro
deste selvagem ou
desta miúda no panteão da blogosfera. É uma questão de tempo.