Melhor diálogo do fim-de-semana
Eu e uma amiga minha, que é muito muito fã da Brittney Spears, estávamos à espera que a dita adolescente arrivasse ao palco Mundo do pior sítio do planeta para se ouvir música decente naquela noite quente de sábado.
Como ela não gosta de desportos radicais nem de qualquer outro tipo de actividade divertida, em geral, não havia nada para fazer, para além de comer hamburgueres suspeitos e beber cerveja. Dividimos tarefas: eu bebia as cervejas, ela comia os haburgueres suspeitos.
Foi então que, mais ou menos a meio do terceiro hamburguer leproso e da sétima (ou seria oitava) cervejinha, nos lembrámos de fazer qualquer coisa entretida: jogos com palavras. Decidimos que, de então em diante, seria extremamente proibido dizer determinadas palavras. Transcrevo aqui o diálogo que se seguiu a esta decisão.
(Eu): Hum... isto de escolher palavras para não dizer parece-me uma tarefa difícil e um pouco paradoxal.
(Amiga): Paradoxal?! Porquê?
(Eu): Bom, em princípio, a minha capacidade linguística está programada para seleccionar e articular os vocábulos de que disponho numa base de necessidade e não de proibição.
(Amiga): Permite-me que discorde. Seguramente possuis uma censura que te impede, por exemplo, de usar palavrões em frente aos teus pais...
(Eu): Pois... sim, mas eu não sou de usar palavrões em frente a ninguém. Prezo muito o estabelecimento de uma comunicação limpa, recta, rigorosa e obejectiva.
(Pausa)
(Amiga): Vai-te foder, deixa-te de merdas.
(Engasguei-me com a cerveja, que acabou por ser projectada, saindo-me pela boca e nariz, principal mas não exclusivamente. Sujei-lhe a t-shirt que dizia "Eu vou!")
(Amiga): Eu fui recta, rigorosa e objectiva. (Olhando para a t-shirt) Tu é que sujaste a comunicação.