Melhor diálogo do fim-de-semana
Ontem era para ter havido ensaio. Ainda não vos contei, mas resolvi formar uma nova banda. Somos cinco gajos e já tocámos todos juntos durante os tempos de liceu. Isto é uma espécie de reencontro musical, digamos assim. Esta reconstituição da banda que responde pelo nome de Ácidos Nostálgicos. Fui eu que inventei o nome e, modéstia à parte, soa-me bem, porque faz lembrar aquelas designações em latim que se dá aos animais e às plantas. Assim ficamos com um ar, sei lá, tipo, científico, intelectual. Além disso, remete para as nossas experiências musicais dos idos anos '70.
Acontece que, ontem à tarde, reúni com um dos músicos, o Jokinha, para acertar pormenores. Segue-se a transcrição fiel do nosso diálogo.
(Eu): Então, man? Ainda lhe dás na batéra?
(Ele, sustendo a respiração): ... vvvvvvvvvv
(ler para dentro)... d... iá.
(Eu): Ah... vvvvvvvvvvv...d... nice.
(Ele): ... bvvvvvvvv...
(ler para fora)... e tu?
(Eu, encolhendo os ombros): ... bvvvvvvv... ah... é a guitarra... o costume.
(Ele, entre dois goles de cerveja): Epá, o Micas é que anda maluco aí com uma cena nova... é o...
(Eu, intrigado): Uma cena nova? Tipo, o quê?
(Ele, esforçando a cabeça): É... tipo... uma cena... um... instrumento qualquer... deixou o baixo, o gajo... é o...
(Eu): É um instrumento?...
(Ele): Iá, mas tem um nome... é o...
(Pausa na conversa)
(Ele): É tipo... felis... felis... corne... acho eu...
(Eu, estranho): Felis... quê?
(Ele): Corne. Acho eu, mas não garanto.
Pelo sim, pelo não, faltei ao ensaio.