Glenfiddich - aged 18 years
Puro malte, envelhecido - eis o resumo de uma passagem de ano longa, lenta, calma e embebida no melhor líquido com o qual se pode gargarejar.
Remergulhar o corpo e o espírito numa pequena multidão que era a nossa na adolescência é, a um tempo, reminiscente e revigorante. Os velhos rostos, hoje mais pensativos; as antigas gargalhadas, hoje mais maduras e sensatas; os brindes de outrora, hoje mais fortalecidos e consequentes. A mesma festa, a mesma alegria, mas com maior substância, porque os anos se acumulam, uns em cima dos outros, e as memórias vão-se reunindo numa manada quase interminável à volta de individualidades que conseguem ser cada vez mais distintas mas que têm cada vez mais em comum.
E é claro que há coisas que ficam para a história, para as nossas histórias, que havemos de contar uns aos outros, reavivando memórias e passagens que quase caíam no esquecimento - há uma alta probabilidade de esquecimento após festas deste tipo: com a cabeça demolhada, são raras as conversas ou imagens que chegam intactas à posteridade.
Mas há conversas que ficam:
"Eu sou 'O' fora-da-lei"
(
Peardy, auto-ilustrando-se)
"O barco não foi ao fundo. Estava para ir ao fundo, mas deitei carga ao mar... e o barco ainda não foi ao fundo"
(
Edu Rosso, dissertando na ponte, para Peardy, sobre a eliminação do excesso em situações de crise)
"Apedreja-me a Catedral"
(
Mac, pecando violentamente)
"O consumo de droga devia ser obrigatório"
(
Edu Rosso, dissertando sobre as virtudes da cannabis e seus derivados)
"Acho que vou fazer um gin..."
(
Vários, várias vezes por hora)
"Midivel apiorásse"
(
Mac, referindo-se à discoteca Medieval, citando Marcellus Wallace numa cena de Pulp Fiction)
"Isto parece o Vietname"
(
Voz não identificada durante o fogo de artifício)