O desleixo
Forma de criação muitas vezes menosprezada, o desleixo é uma verdadeira demonstração virtual criativa, que produz no espectador - ou receptáculo passivo - o desejo de algo novo com que possa alimentar o intelecto e, por consequência habitual quando a criação é minha, humilhar o seu amor próprio. Verdadeiro gerador de emoções, o desleixo não colhe da crítica comum a avaliação justa para o seu potencial. E, para os mais exigentes e racionalmente hábeis, que estranharão a minha frase anterior (e estarão, neste meomento, em fase de exaltação neuronal tentando refutar o que exponho), aqui fica a explicação: o desleixo é a criação-mor, o opus. Só que é-o em potência. Porquê? Porque é tudo o que de melhor alguém pode esperar do criador, mas na sua forma concreta mais inexistente, isto é, em termos práticos, nada; em termos teóricos, possivelmente a perfeição.
E se trago esta temática à luz dos pixéis com que vos ilumino o rosto - eventualmente disfarçando expressões passíveis de denúncia do acto, por se encontrarem em período laboral, naquela altura do dia em que se dá a escapadela a ver o que se escreveu nos blogs - é tão somente porque recebo, todos os dias, centenas, ou mais que isso até!, de reclamações pela não actualização da
Querida Guitarra. Isso é um erro! A minha atitude inactiva pretende apenas criar em vós um quociente de receptividade para que eu possa escrever a minha obra-prima, garantindo, a priori, um índice de sucesso que se lhe adeque. Ou então, escrever outra coisa qualquer. De qualquer modo, desde que haja um post novo, o meu povo auditivo fica contente...