Um texto
Os meus problemas auditivos não têm tido melhoras, mas, como não escrevo com as orelhas nem orgãos adjacentes, e visto que o meu estimado público quer é música - que é como quem diz, está farto de ler e reler os mesmos textos da
Querida Guitarra desde há dias -, eu escrevo mais um texto.
Por acaso, não tenho nada de particularmente belo ou interessante para dizer. A não ser que faça uma auto-descrição pormenorizada, não vejo outro motivo de regozijo vosso com coisas que tenha para vos dizer. De qualquer modo, e porque a minha vida também é isto, eu escrevo mais um texto.
E depois eu também desconfio que o meu bom povo auditivo anda farto de abrir o blog e deparar-se invariavalmente com esta gravura que postei no início da semana, recorrendo a práticas habituais mas pouco leais de linkagem blogosférica. A gravura é bonita, tem sentido e emoção. Mas, na verdade, vocês, que nunca visitaram o Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão da Fundação Calouste Gulbenkian e não apreciam a arte, o que querem é que eu escreva mais um texto. Como vos respeito - para mim o público é uma manada de vacas sagradas -, escrevo mais um texto.
Claro que virá gente reclamara que "
queria era mais um Melhor Diálogo de Fim-de-semana" e isso. E eu confesso que tentei. Liguei para a RTP para tentar contactar com aquela senhora dos gestos que faz a legendagem manual dos programas do José Hermano Saraiva, na 2:, para contracenar comigo no tal diálogo. Acontece que, surdo como estou, o telefonema não passou de um completo acto falhado, redundando no mais que inevitável silêncio - essa coisa habitual nas pessoas que nascem sem orelhas nem isso. Infrutífera, portanto, a minha tentativa de Dofimdessemanamelhordialogar. Ainda assim, e mesmo sem qualquer espécie de tema ou inspiração a servir-me de dínamo, escrevo mais um texto. Só para você, meu querido fã.