Músicos freak

Todos os anos, por esta altura, António Sala cumpre o seu ritual: põe a gravata evocativa do Quarteto 1111, pega no baixo sem cabeça e sai para a Rua Ivens, a meio da tarde, aproveitando a hora da eucaristia na Renascença para bater umas malhas e sacar uns slaps. O seu ar compenetrado deixa adivinhar-lhe um pensamento: "hummm... devia ter vindo de t-shirt, que isto 'tá cá uma brasa..." Quando se sente cansado, Sala sobe ao escadote e senta-se. Por vezes aproveita a visão mais abrangente que a subida ao escadote lhe proporciona para deitar um olhinho pela arquitectura da zona do Chiado. Observador, este António. E sensível! Afinal, por detrás daquele bigode mítico, também existe um ser humano.