A maldição do Baixista ataca de novo (Frágil, Bairro Alto, ontem à noite)
Há coisas que não têm remédio. Uma delas é a impossibilidade de ver um concerto como deve ser, do princípio ao fim, na companhia do Baixista Famoso. Este rapaz é uma verdadeira fonte de enguiço! Depois das duas tentativas frustradas de ver os Linda Martini (a clássica do "quadro eléctrico", na Faculdade de Letras, e, mais recentemente, a sobrelotada - sobrelotada é eufemismo - prestação no Lounge), ontem foi a vez de os
Ultimate Architects, em esforçada mas maquinalmente boicotada prestação, em pleno Frágil, provarem do veneno desta maldição mesquinha. O que mais me chateia é andar a pagar bilhetes a torto e a direito para ver meia-dúzia (no caso dos Linda Martini, nunca foram mais que duas) de músicas! O amigo Baixista deve achar que eu nado em notas de 50!

("E aviso já que, para a próxima, trazemos um baterista de carne e osso!",
anunciava D. Architect enquanto os loops com batidas cada vez mais faziam lembrar o baterista de Deff Lepard num dia de grande bebedeira)
PS -
Para os que não conhecem Ultimate Architects (eu digo isto porque ainda não conhecia... mas muitos de vós devem conhecer, suponho), deixo aqui um aviso muito sério: cuidado com eles - uma reformulação enérgica, meticulosa e melodicamente pertinante dos 80's (embora eu não seja especialista em 80's...). Uns pozinhos de Sisters of Mercy primordial com um substracto sonoro a lembrar muitas vezes Kraftwerk e uma voz que, viajando por vários registos (sempre sem perder a personalidade), tem certas passagens próximas de um Bowie ou de um Peter Murphy. A rever, sem dúvida. De preferência, sem crashes de maquinaria.